Com Sonic sedã LTZ, a Chevrolet quer inserir conteúdo refinado em embalagem menor

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Os compactos cresceram. Para conseguir responder aos severos requisitos de segurança, os modelos ficaram mais encorpados, principalmente para aumentar a capacidade de absorção de impacto. No Brasil, esse movimento foi visto como uma oportunidade para criar um subsegmento, mais caro e mais lucrativo.

Os chamados compactos premium justificam o nome ao incorporar equipamentos de segurança e conveniência comuns nos similares europeus. Em muito casos, eles funcionam como um ponte entre os compactos mais antigos e o segmento realmente subsequente, que é o de médios. Entre os sedãs da Chevrolet, o Sonic LTZ é quem faz esta ligação.

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O modelo, atualmente trazido da Coreia do Sul, custa por volta de R$ 55 mil, média aritmética entre o Cobalt topo, que sai a R$ 45 mil, e o Cruze LT, básico, de R$ 65 mil. O sedã compacto tem um visual moderno, é bem equipado, bom acabamento e trem de força mais refinado.

E estes argumentos parecem ser convincentes o suficiente. No mês de julho, a versão sedã vendeu 1.143 unidades, enquanto o rival New Fiesta, que vem do México, emplacou 984 unidades. Os dois estão ainda longe do líder dessa faixa de mercado, que é o Honda City, que comercializou 3.332 carros no mês passado.

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O Sonic é sempre equipado com o propulsor 1.6 16V. São 120 cv e 16,3 kgfm com etanol, suficientes para levar o modelo de zero a 100 km/h em cerca de 11 segundos e à máxima de 190 km/h. O propulsor tem concepção moderna, apesar de não ser novo – a versão a gasolina é usada desde os anos 90 na linha Opel europeia.

Possui comando variável de válvulas na admissão e escape, que promovem uma curva de torque mais plana, ainda que a força máxima só apareça a 4 mil rotações. O câmbio é o mesmo automático usado no Cruze e na minivan Spin, com seis marchas e comando manual operado por botões na própria alavanca.

O visual é um itens marcantes do Sonic sedã. A frente tem linhas agressivas, com os faróis expostos, e procura adicionar esportividade ao desenho. Ele tem 4,39 m de comprimento e bons 2,52 m de entre-eixos. A traseira harmoniza com a frente e traz elementos mais refinados, como vincos pronunciados e um discreto ressalto no alto da tampa, como uma espécie de minispoiler.

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Apesar das dimensões menores, o interior tem um arranjo também semelhante ao Cruze. O volante é o mesmo, com comandos para o som e o controlador de velocidade de cruzeiro. A versão LTZ é bem equipada e praticamente não tem opcionais – apenas a transmissão automática, que agrega o cruise control.

Itens triviais como ar-condicionado, direção hidráulica, sistema de som com conexões USB e Bluetooth e trio elétrico são de série, além de sensores de estacionamento traseiros. Airbags frontais e freios ABS também fazem parte do pacote básico, mas o modelo deve controle de estabilidade e airbags laterais e de cortina, que já começam a aparecer em rivais como o Ford New Fiesta – que nas configurações mais caras tem até bolsa inflável para os joelhos do motorista.

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Apesar dos impostos que paga por ser importado da Coreia da Sul, o Sonic automático ainda consegue ter um preço razoavelmente competitivo. Por R$ 56.100, ele não é barato, mas custa menos que um Honda City LX automático, que é menos equipado e sai por R$ 57.550 – o City EX, topo de linha, encosta nos R$ 61.860.

Ao ser razoavelmente mais em conta que o Cruze automático mais barato, na versão LT, que custa R$ 65.039, ele oferece um conjunto competente, com nível comparável ao de segmentos maiores no Brasil. Um Ford New Fiesta pode ter mais itens de segurança e ser mais barato – o “top” custa R$ 52.810, mas ainda não traz a comodidade da transmissão automática.

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Além deles, o Volkswagen Polo sedã e o Fiat Linea também dispensam o trabalho da perna direita, mas a partir de um câmbio automatizado. Configurados à semelhança do Sonic LTZ, eles chegam, respectivamente, a R$ 53.600 e R$ 60.077.

Desempenho – Os bons 120 cv entregues pelo moderno 1.6 16V dão ao Sonic bastante agilidade. O desempenho é um pouco “amarrado” pelo câmbio automático de seis velocidades, que tem as duas últimas marchas muito longas e mostra alguma indecisão nas trocas das três primeiras marchas. No mais, o motor é disposto e aceita rotações mais altas sem perder a compostura. Nota 7.

Estabilidade – A suspensão é muito bem acertada, com comportamento decente em asfalto ruim, sem sacolejar tanto os passageiros. Em pisos mais lisos, transmite confiança e solidez ao rodar. Nas curvas, ele aderna pouco e mantém a trajetória sem pregar sustos. A direção tem relação razoavelmente direta e responde bem aos comandos. As reações são bastante previsíveis em todas as situações, mesmo próximo do limite. Nota 9.

Interatividade – A posição de dirigir é fácil de encontrar, o volante tem ótima empunhadura e a versão topo LTZ inclui todos os itens esperáveis. Mas não há nada que impressione, ainda mais em um modelo de R$ 56 mil. O computador de bordo merecia uma operação melhor que um anel giratório na alavanca de seta. Além disso, o comando manual do câmbio automático no pomo da alavanca é pouco intuitivo. O painel tem design interessante, que lembra o de motocicletas esportivas, mas não tem um leitura muito limpa. O display do computador é pequeno. Nota 6.

Consumo – O 1.6 consegue ser relativamente econômico. O InMetro não recebeu nenhuma unidade do carro para testes, mas foi possível atingir os 8,6 km/l em ciclo urbano com etanol no tanque. Nota 8.

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Tecnologia – O Sonic é um carro moderno. A plataforma é a Gamma II, de 2010, uma evolução da base usada no Corsa de 2002. O motor 1.6 16V Ecotec não é exatamente novo, mas traz sistemas ainda atuais, como comando variável na admissão e escape para melhor distribuição da força. Por dentro, nada demais. Apenas o display de cristal líquido chama atenção no quadro de mostradores. Além do velocímetro, ele reúne os dados do computador de bordo num arranjo que ao menos transparece maior investimento em tecnologia. Faltam, porém, recursos de segurança mais completos, como airbags laterais e controle de estabilidade. Nota 7.

Conforto – Apesar da suspensão mais firme, os ocupantes não sofrem muito. Buracos e valetas são bem filtrados e pouco incomodam. O interior se mostra um ambiente agradável, com bom isolamento acústico – desde que não se exija demais do motor – e bancos confortáveis. Há espaço suficiente para quatro adultos, com bom vão livre para cabeças e ombros – a presença de um quinto ocupante até é possível, mas já não há largura suficiente para acomodá-lo com conforto. Nota 8.

Habitabilidade – O acesso é facilitado pelo bom ângulo de abertura das quatro portas. Há boa profusão de porta-objetos, com vãos nas laterais do painel e dois porta-luvas. Os passageiros de trás têm à disposição porta-revistas nos encostos dos bancos da frente. O porta-malas acomoda bons 477 litros e tem abertura ampla, que facilita a colocação de objetos. No entanto, as dobradiças invadem demais o espaço e pode até machucar alguma bagagem. Nota 7.

Acabamento – Mesmo sem o uso de materiais muito requintados, o interior do Sonic é bem realizado, com bons encaixes, sem rebarbas aparentes. Todas as superfícies são agradáveis ao toque e mesmo o plástico rígido usado não denota pobreza. O acabamento em couro dos bancos é de boa qualidade e tem superfícies perfuradas e costuras aparentes. O isolamento acústico é capaz de deixar de fora boa parte do ruído da rua e do motor na maior parte do tempo. Nota 8.

Design – O visual é um dos pontos fortes do Sonic. A frente em cunha chama atenção pelos faróis expostos – sem a habitual cobertura plástica – e as linhas pronunciadas. O perfil do sedã não é tão esportivo quanto o do hatch, mas as linhas são elegantes e contemporâneas. O caimento suave do teto termina numa traseira bem acabada, com elementos visuais interessantes. O desenho mantém a harmonia com a dianteira e não destoa do conjunto bem finalizado. Nota 8.

Custo/benefício – Os R$ 56.100 cobrados pelo Sonic sedã LTZ com câmbio automático parecem caros demais quando comparados com um Ford New Fiesta sedã, de R$ 52.810 – que mesmo sem câmbio automático, traz itens importantes como sistema Sync, airbags laterais e de cortina, controle de estabilidade e controle de aclive nos freios, indisponíveis no Sonic. Só é mais barato que o Honda City LX automático, que custa R$ 57.550. Nota 5.

Total – O Chevrolet Sonic LTZ sedã somou 73 pontos em 100 possíveis.

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Logo a primeira vista, o Sonic se destaca pelo visual inspirado e linhas com surpreendente personalidade. Ainda que não tanto impactante quando o hatch, o sedã conseguiu um conjunto equilibrado e mais sóbrio. A boa impressão continua no interior, onde o painel “modernoso”, com mistura de elementos analógicos e digitais remete às motocicletas.

O habitáculo recebe bem os ocupantes, com bastante espaço e até alguma fartura de equipamentos na versão LTZ. O Sonic está claramente um degrau acima dos sedãs mais simples da Chevrolet – particularmente o Cobalt, que tem dimensões semelhantes, mas muito menos refinamento.

Ao volante, o carro se mostra bem construído, com um rodar sólido e seguro. No entanto, nem de longe consegue alcançar a esportividade inspirada pelo desenho da carroceria. O câmbio automático de seis marchas parece não extrair o melhor do motor 1.6 de 120 cv. As saídas são lentas e ele mostra alguma indecisão no para-e-anda do trânsito urbano.

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A transmissão segura demais as marchas baixas quando em aceleração, mas teima em jogar quinta e sexta assim que o motorista alivia o pé – para tentar economizar combustível –, o que passa a sensação de falta de fôlego ao aproveitar mal os 16,3 kgfm do propulsor – que só aparecem a 4 mil rotações. Certamente, a melhor maneira de dirigir o Sonic é sem pressa, quando ele mostra suas melhores qualidades.

O sedã é bastante silencioso e roda macio numa tocada mais tranquila. A suspensão dá conta de filtrar os piores asfaltos e transmite poucos solavancos sem, no entanto, ser anestesiada. As reações são firmes, com trocas de direção seguras – há pouca rolagem da carroceria.

Em velocidades mais altas – acima dos 110 km/h – o Sonic se mantém firme no chão, com pouca flutuação da traseira. Apesar de compacto, o modelo parece bastante à vontade em estrada, onde sofre pouco com ventos laterais. Nas curvas, o comportamento é absolutamente neutro.

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Pelo menos, quando conduzido com a parcimônia que lhe cabe melhor, o 1.6 consegue ser razoavelmente econômico. Os 8,6 km/l de etanol em ciclo estritamente urbano são louváveis, ainda mais com câmbio automático. Além disso o Ecotec também retribui com suavidade às solicitações e só emite ruídos mais audíveis ao ser levado acima dos 4 mil rotações.

Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, quatro cilindros em linha, com quatro válvulas por cilindro, duplo comando válvulas no cabeçote variável na admissão e no escape. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico.

Transmissão: Câmbio automático de seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle de tração.

Potência máxima: 120 cv e 116 cv a 6 mil rpm com etanol e gasolina.

Torque máximo: 16,3 kgfm e 15,8 kgfm a 4 mil rpm com etanol e gasolina.

Diâmetro e curso: 79,0 mm x 81,5 mm. Taxa de compressão: 10,8:1.

Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson com barra de torção e amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás. Traseira semi-independente com eixo de torção e amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás.

Pneus: 205/55 R16.

Freios: Discos na frente e a tambor atrás. Oferece freios ABS com EBD de série.

carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,39 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,51 m de altura e 2,52 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais de série.

Peso: 1.178 kg.

Capacidade do porta-malas: 477 litros.

Tanque de combustível: 46 litros.

Produção: Bupyong-Gu, Coreia do Sul.

Lançamento mundial: 2011.

Lançamento no Brasil: 2012.

Itens de série: Ar-condicionado, airbags frontais, freios ABS com EBD, direção hidráulica, computador de bordo, trio elétrico e desembaçador do vidro traseiro, sensor de estacionamento traseiro, rádio CD/USB/MP3/Bluetooth, bancos em couro, controlador de velocidade de cruzeiro, faróis de neblina, apliques cromados, rodas de 16 polegadas, descansa-braço central para o motorista e volante multifuncional.

Preço: R$ 56.100.

Prós:

Estabilidade, design e conforto.

Contras:

Câmbio, interatividade e preço.

Por Auto Press


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